“Compreendi, então, que um homem que houvesse vivido um único dia, poderia sem dificuldades passar 100 anos numa prisão. Teria recordações suficientes para não se entediar.”
Trecho do livro que mais repugna de maniera saudável.
Pois terminei essa leitura a pouco e venho me perguntando em pequenos intervalos se em cada um de nós não existe um estrangeiro?
O personagem principal retrata um homem que passa da morte da mãe, de um começo de romance e de um homicídio com o mesmo vazio e a mesma indiferença, normalmente. Acho que á maioria isso causou um certo desconforto, o leitor que ao ver a falta de sensibilidade possa o ter julgado como o promotor, que o acusava em seu julgamento, não o fez errado.
Tal julgamento lhe levou a morte, a uma morte que encarou com um mero segundo de medo e já depois aguardava ancioso que sua cela o não mais lhe fizesse companhia.
O personagem é firme de tal forma que tambem nos passa algumas sensações que são muito válidas, como pensar que as vezes o que dizemos não passa de companhia ao ar que rodeia nossos corpos, as vezes não falar e assegurar de que não estariamos dando forma ao senso comum é a melhor coisa a se fazer.
O autor do livro segue fielmente suas linhas niilistas e existencialistas, por isso entendo agora o quão essa obra lhe atribuiu sucesso .
Leitura indispensável a quem não mais quer saber só de heróis e mocinhas .
Tulasi.